RETROVISOR

 

Madrugadas orvalhadas,

Estradas por onde passei,

Não há orvalhos, não há nada,

Nem sei por que retornei...

Talvez, pela vã esperança de encontrar,

Na margem, o eu menino,

Inventando a felicidade,

Realçando, brincando de voar,

Com as borboletas, os colibris,

Um menino sonhador, feliz,

Sem o gris absoluto,

Os vieses do mundo adulto,

O entrevero, o desatino,

Sem o destino de ser errante,

Ante a imponente realidade.

Nem sei por que também,

Esse olhar de, porém,

Esse romantismo,

Esse reticente saudosismo,

Já que a vida é agora, é urgente.

            ...E nada será como antes.

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foto

HLuna

 

Não adianta, nem contradança,

alma se cansa nesse lambança,

não tem festança...

                            - foi-se a criança.