MOCIDADE E VELHICE

MOCIDADE E VELHICE - Do poeta Vicente Flausina-(In memorian)

Ainda tenho lembrança

Dos dias da mocidade

Quando a fortuna brincava,

No colo da vaidade

Olhando os algarismos

Dos quinze anos de idade.

Vivo sofrendo saudade

Do que já ficou distante

Porque o motor do tempo,

Tem uma roda volante

Que desliga um fio elétrico

No coração do amante.

Toda hora e todo instante

Eu penso nos meus futuros

Nesta pequena viagem,

Meus caminhos são escuros

Vejo o terraço da vida

Porém não avisto os muros.

Nos lamentáveis apuros

Ouço a voz da meninice

Dizendo vai que eu fico,

Esperando a caduquice

Quando tu escorregares

Na ladeira da velhice.

Se outra pessoa visse

Revelaria a alguém

Um viver martirizado,

De tanto sofrer além

De perder a mocidade

E perder a vida também .

Sabendo que a morte vem

Todo mundo cria medo

Que além de ser temerosa,

Com ela existe um segredo

Que por muito que demore

Quem vai morrer acha cedo.

Se a vida fosse um lagedo

Eu nunca blasfemaria

Nem a matéria baixava,

Nem o espírito subia

Nem os prazeres minguava

Nem a tristeza crescia .

Nem o desprezo estendia

Sua negra formosura

Nem as saudades morava

No peito da criatura

E nem a morte empurrava

O corpo na sepultura.

Sonhando vejo a fundura

De uma cova preferida

Ali acordo assustado

Me levanto da dormida

Vendo os compassos da morte

Medindo os passos da vida.

Atendendo a um pedido da viúva e familiares de Vicente Flausina), poeta nascido em Itapetim-PE,

Região do Pajeú, da mesma cidade que eu nasci. estou publicando na minha página do Recanto das Letras,

Este poema que o poeta Vicente há muito tempo escreveu, sei que a família vai ficar muito feliz,

E assim como eu também ficarei, registro também a todos amigos e amiga Do Recantos meu agradecimento.

Vicente Flausina
Enviado por João Nunes Ventura em 10/10/2024
Reeditado em 15/10/2024
Código do texto: T8170144
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