No fim é só o fim mesmo.

No mundo das ilusões

De vez em quando

Opiniões que divergem

Encontram o centro de gravidade

Como se deuses fôssemos

Capazes de estabelecer a perfeição

No campo das escolhas

No mundo das folhas ao vento

Há momentos que nos encontramos

Nos reconhecemos, flutuamos lado a lado

E depois seguimos cada qual seu rumo

Porque não há prumo e pouca coisa permanece

Parecia parecido, igual não era

Éramos sociáveis porque nos convinha

Mas não tinha de ser

No mundo dos espelhos

Fomos nossas próprias matrizes

Apaixonadas por si mesmas

No momento de mirar-se atentamente

Eram tantas cicatrizes que tentamos esquecer

Nada as podia unir

No mundo das medidas

Era hora de partir, de ir embora

Porque a conta de maior importância

Era a que contava o tempo

Superando imensamente a distância

Nos piores momentos de indiferença

Fomos nós apenas gentes

Cujas visões que, por demais diferentes

Refletidas, no espelho da vida

Enganadas, nos remetiam

A um mundo de ilusões

Como folhas ao vento

Perdidas, em desmedida distância.

Edson Ricardo Paiva.