EVASIVA

Soltou a minha mão

Quando a maré virou,

E o vento nos separou.

E a noite subitamente escureceu,

E o sol já não aqueceu.

Soltou a minha mão,

O tempo incógnito se desfez,

E o eco foi de vez.

A lua foi testemunha,

E a dor me despojou da rua.

Soltou a minha mão,

Na beira de Ponta Negra,

No jantar natalino sob as estrelas,

Na viagem a Surubim que a vida desenha,

Em Campina Grande, o réveillon se desvela.

O silêncio fez sua marca,

E o mistério em nossa história se encerra.

Soltou a minha mão,

Envenenada pela língua,

Pela nefasta sombra de Cuité,

Onde a vaidade se espinha,

E a dúvida nela (e dela) se fez lei.

Soltou a minha mão,

Mas na poeira do chão,

E no sofrimentoen contrei a renovação.

Numa dolorosa jornada começou,

E a paz novamente me encontrou.

Soltou a minha mão,

Mas a admiração pela “minha doutora” ainda dança,

E com orgulho eu u vi teu teu sucesso em lembrança,

Teu grande sonho agora floresce,

Mas a memória dos dias de amor ainda me enriquece.

Pasmem, como eu senti!

Se temer o amor foi um dia meu fado, não recordo.

Desejava me perder em teus devaneios

Entrelaçar reciprocmente nossos dedos,

E contemplar a aurora ao lado de teus lábios,

Faria desse história um eterno cântico,

Guardaria em um altar secreto,

Para que jamais te afastasses dos meus pensamentos.