UM POEMA PRECISA-SE

UM POEMA É PRECISO

É preciso ,é necessário

Um poema, com a ternura

A doçura e magia,

Das cerejas que eu dividia

Com os melros cantadores

No cimo da colina da Almoínha,

O lugar preferido

De melros e outros seres alados,

Que ali cantavam hinos de louvor

A Jesus Nosso Senhor.

Ter meu rio de águas a gorgolejar

E de salgueirais a bordejar,

Abrigo dos rouxinois

Com seus cantos de fazer sonhar

Nas noites cálidas de luar,

Ao jeito da mãe a embalar seu filhinho;

E depois acordar

Com a mágica melodia, da cotovia,

Anunciando o romper do dia

Antes do galo cantar.

Ah, poema amado poema,

Que me dás tanta pena

De não mais ser assim;

Porquê fugiste de mim

E roubaste àquela criança

Um mundo que era seu e real?

Não, não te culpo por minha pena

Pois não és a única pena;

É a vida,é a vida,

E da vida nada sabemos, afinal?...

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 26/08/2024
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