415 - NOSTALGIA DA MATA ATLÂNTICA
Nostalgia da Mata Atlântica
Nasci em um recanto onde o verde era abundante,
Minha infância foi marcada por um viver radiante.
Cada dia começava com um canto melodioso,
E a simplicidade fazia o cotidiano precioso.
Cresci em meio à Mata Atlântica,
Onde a vida era simples e autêntica.
A liberdade era constante e sem preço,
À natureza, tínhamos o maior apreço.
Despertava todas as manhãs com o canto dos pássaros,
O amanhecer era lindo, com o frescor do orvalho,
Misturado ao aroma do café que se espalhava no ar,
Produzido no nosso sítio, um encanto singular.
Saudades de tudo que ali vivi, tantas aventuras,
Momentos que não saem da minha lembrança,
Ao lado dos pais e irmãos, naquela estância,
Mesa e bancos de madeira, sem requinte, mas com fartura.
Batata-doce, cuscuz de milho, preparados com amor,
Moído na hora em moinho antigo, o mais puro sabor,
Tripas de boi e carne de baleia no café matinal,
Assados na brasa do fogão à lenha, um viver sem igual.
Dói saber que a Mata Atlântica naquele lugar não existe mais,
O verde exuberante que um dia foi tão vital.
Só nas memórias permanece, como um eco distante,
Retratando seu esplendor em meu coração, de forma constante.
Neide Rodrigues, 16 de agosto de 2024.