De Mãos Dadas
De Mãos Dadas
Delasnieve Daspet
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De mãos dadas
Assim caminho.
Minha passagem é inteira.
À frente se estende a pradaria.
Ipês que começam a florir.
Em efêmera florada.
No quinto dia suas flores voam pelos ares
E atapetam o chão.
Roxo, rosa, amarelo, branco e verde.
Como roupas coloridas
Que balançam no varal.
No formigueiros da praça
As formigas confabulam entre si.
A amoreira esperando a sua vez de florir.
O cheiro do mato
Invade minhas entranhas,
Guardados na memória e no sentir.
Viajo no tempo.
Viajo no som.
Viajo na imagem.
Mentalizo a chuvarada, pés no barro,
Caminho na enxurrada.
A água salpica meu sorriso
Nas lágrimas de saudade.
A idade chegou e recomeço
O engatinhar...
No ontem e no hoje
Sigo na vida de mãos dadas.
16.07.24