Ruas da minha infância

O silêncio dissipou as ruas.

Ruas da minha infância,

de pedras polidas,

de guias de concreto,

de árvores centenárias,

que nunca mais floriram!

O silêncio derrotou os fortes,

aniquilou os fracos,

tornou em cinzas

a poeira das ruas da minha infância!

Trouxe para a memória,

apenas o esquecimento!

Queria eu lembrar do cheiro da chuva,

da enxurrada descendo,

formando diques de chinelos

da molecada!

O cheiro do bolinho,

que a vó preparava

e nome da chuva levava!

Queria lembrar das tardes,

ao lado do rádio,

ouvindo as músicas de tempos idos!

Recordar a simplicidade,

que o silêncio,

ao sepultar o mundo

trouxe de volta!

Sou um aluno da vida,

um aprendiz da alma!

Um sussuro na história,

uma particula diminuta no universo!

Um vírus!

Ser que passará, dentro do seu tempo,

Não deixará memórias, só rastro,

que com o tempo também desaparecerá,

sem deixar vestígios.

Sou pouco desejando muito,

Sou nada, sou sombra,

Sou penumbra, sou amanhã,

Sou esperança,

Sou silêncio!

Isolado em meio às minhas depressões,

Silêncio das ruas da minha infância!

Marco Antonio Vasquez
Enviado por Marco Antonio Vasquez em 15/07/2024
Código do texto: T8107275
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