Vielas do Ingazeiro

Vielas do Ingazeiro

Pra ver da estrada, a moça bela, teus olhos ternos, de tez macia.

Curva e viela, topo do morro, tenro aconchego.

E o Ingazeiro, sombra e quintal, lá da viela, via, dos montes.

Flores do campo, ruas de areia, velhas calçadas, recanto velho.

Caminhos de ferro, sendas de pedra , túneis, estação e passaredo.

Oh, Ingazeiro, folhas, carolas, canto de cigarras, troca de juras.

Domingueiras de quermesse, rezas e novenas, uma prece para o santo, beijo roubado no canto.

Dormiu de tédio o relógio, o quadro não se cansou.

Ruído um tempo, os sóis ficaram velhos, paralelepípedos arcados.

Carro e boiada, marcas no chão, venda de esquina.

E um mascate vendia rendas, rede e retratos.

Assim se ia, vida e vielas, morro, e ingazeiro.

Toco de pau, oco e ilusão, tintas ao vento, levaram tua meiguice.

Dói nesta alma, a falta tua, venda de esquina, recanto meu.

Pra ver da estrada...

João Francisco da Cruz