Ah! Delito

Por ter um nome inusitado,

Despertava a curiosidade

E quando era perguntado

Respondia com seriedade.

O outro ficava espantado

E perguntava: é verdade?

Ele repetia o já dito:

Quando eu nasci, a parteira

Olhou para o meu pai aflito

E num acesso de gagueira

Ela pronunciou ah! Delito.

Esta é a versão verdadeira.

A família reunida,

Pra dar-me um nome cristão,

Para eu levar toda vida

Com muita satisfação.

Esperando que decida

Um santo de devoção.

Demorou a noite inteira,

Quase que gera um conflito.

Mãe escutava aquela feira

E nada ainda tinha dito.

—É a sugestão da parteira.

O nome dele é Adelito.

Com o fim da narrativa,

Solta uma boa gargalhada.

Com a história criativa,

Do jeito que foi contada.

Depois dessa tentativa,

Ninguém pergunta mais nada.

Recife, 19/06/2024

Lembranças do meu pai Adelito Xavier Correia

Luís Xavier
Enviado por Luís Xavier em 19/06/2024
Reeditado em 23/08/2024
Código do texto: T8088956
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