AMANTE CORAÇÃO
Eu serei sempre aquela brisa fagueira
Que sopra do infinito,
Que passeia pelas roseiras
De um amante coração incógnito.
Fui escravo dos amores da vida
Que me enfeitiçaram nas madrugadas
E partiram sem despedidas
Numa revoada de estrelas iluminadas.
Meu olhar se perde na distância
Dos caminhos percorridos;
Pelos jardins encantados da infância
Que purificavam meu corpo com sua fragrância.
Fui protagonista de tantas aventuras,
Contumaz cúmplice das boemias
Personagem anônimo das noites fulguras
Abraçado pela ternura das minhas fantasias.
E, o tempo escreveu a minha história
Nas suas páginas criptografadas,
No arquivo secreto da minha memória
Que no livro da vida não foram publicadas.
Minha voz se calou no silêncio das recordações
Que mercaram o avesso dos meus sentimentos;
Que extasiaram minhas foscas paixões,
Lembranças que ficaram dos belos momentos.