SAUDADE
SAUDADE
Vento levou os aromas
E cheiro perdeu o valor;
Cores perderam o brilho
Depois que o sol marejou;
Já não há mais melodia,
O silêncio se instalou.
Soturno agora manda,
O futuro também passou,
Pra onde se deve seguir,
O vento não orientou;
Ficou um grande vazio
Que a saudade ocupou.
Punhal no peito cravado
Tentando deixar marcado
O tempo que só, se ficou;
Há que se estancar a dor,
Limpar o sangue vertido
E apagar mal vivido.
As cicatrizes ficarão
Como marcas, como lição;
Quando o tempo se arrastou
Esperneando sem razão,
Quando alegria dormiu
E vida triste se mostrou.