O oco da palavra

Sei que talvez enxergasses o que

No futuro poderia dizer-se, também

Por mim, Luísa. E decidiste responder

Com obra escrita ("scripta manent")

E não só de fala. a que tão afeiçoadas

São as gentes, pessoas, desta Terra ...

Com efeito, no núm. 10 (Verão de

1987, pp. 219-225) da revista "Agália",

Da Assoçiaçom Galega da Língua,

Publicaste seis (6) poemas e um

Soneto ... Caberia, Luísa, copiá-los

Aqui, de modo que eu me libertasse

De mais opiniões, provas e contra-

Provas. Mas o que é e o que não é

Não é: estes, que vou fazendo ...

Públicos neste Recanto, são meus

Poemas, sim, ao meu jeito como

Em espasmos líricos ou quase ...

Por tudo isso e isto, apenas cito

O segundo quarteto do Soneto,

Aliás, sem título ou "Nom abonda ..."

Com que começa o primeiro verso.

Diz a quarta:

"A palavra nom é escrita, é sonhada

"entre o sonho do sonido, incolora,

"entre as cores do sentido, accesória

"como a auséncia imprescindível e o nada."

Salvo comentários menores, saliento

A solenidade da proclamação

"A palavra ... é sonhada", mas ...

Quem quiser fruir desses poemas

Da Luísa, achará motivos para os

Entender bem no contexto em que

Daquela (1986) foram elaborados.