INFÂNCIA
A menina que fui,
se a visse agora
julgá-lo-ia um sonho
As crianças são sonhos
Quem dera acordar
com uma bela trama dourada
revestindo o mundo.
Não há tristeza em mim.
Planto margaridas.
Já usei-as como hélice
nos cabelos até o céu da amarelinha.
O que dói por demais
é saber que a minha criança
escorreu pelos dedos.
Tentei segurá-la, mas ela fugiu.
Correu para dentro.
Há um senhor lá fora — o Papa-figo...
O homem do saco
Pulo da cama aos gritos:
"— Vó, ô vó! " Hoje eu sei que ele é o tempo.