Tempo que não volta mais

Parte I - Eu me lembro

Me lembro dos beijos

O carinho nos cabelos,

As risadas,

Os cheiros.

Me lembro dos passeios

Cada surpresa,

Cada lugar…

Sempre acertando em cheio.

Me lembro das brincadeiras

Dos tempos em que me ninava,

Cada carinho escondia um tapa…

Mas tudo bem, eu estava errada.

Parte II - Catarse

E do nada, a catarse

Vindo a cavalo, bem rápida

Dele um grito, dois gritos

Minh’alma junto também gritava.

E as lembranças boas

Vão ficando esquecidas…

A cada grito

E agressão física.

Parte III - Guarida

Como é possível a rosa de Epona

Ter chorado de dor,

De amargor,

E não ter furado quem ama?

Talvez seja minha força

Ou a segurança que de mim emana

Só sei que anseio pela vida

Por isso hoje sou minha própria guarida.

Instinto animal,

Ancestral e primitivo

Faz-me lutar para viver

Quando devia ter morrido.

E quando me lembro de tudo,

Arde o peito, dói muito!

Ó rosa de Epona… por favor desculpe

Era apenas uma criança.

E eu busco hoje ressignificar

Ter mais resiliência,

Perdoar a indecência…

Coitado! ele só não sabia amar.

Hemera
Enviado por Hemera em 17/03/2024
Reeditado em 17/03/2024
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