Tempo que não volta mais
Parte I - Eu me lembro
Me lembro dos beijos
O carinho nos cabelos,
As risadas,
Os cheiros.
Me lembro dos passeios
Cada surpresa,
Cada lugar…
Sempre acertando em cheio.
Me lembro das brincadeiras
Dos tempos em que me ninava,
Cada carinho escondia um tapa…
Mas tudo bem, eu estava errada.
Parte II - Catarse
E do nada, a catarse
Vindo a cavalo, bem rápida
Dele um grito, dois gritos
Minh’alma junto também gritava.
E as lembranças boas
Vão ficando esquecidas…
A cada grito
E agressão física.
Parte III - Guarida
Como é possível a rosa de Epona
Ter chorado de dor,
De amargor,
E não ter furado quem ama?
Talvez seja minha força
Ou a segurança que de mim emana
Só sei que anseio pela vida
Por isso hoje sou minha própria guarida.
Instinto animal,
Ancestral e primitivo
Faz-me lutar para viver
Quando devia ter morrido.
E quando me lembro de tudo,
Arde o peito, dói muito!
Ó rosa de Epona… por favor desculpe
Era apenas uma criança.
E eu busco hoje ressignificar
Ter mais resiliência,
Perdoar a indecência…
Coitado! ele só não sabia amar.