No meu tempo
Eu venho do tempo da felicidade,
Que era um tempo bem camarada.
Do tempo das cadeiras na calçada,
Quando o sol dava sobra à tarde.
Venho do tempo que se conversava
Cruzando o olhar, frente a frente!
No cumprimento, a gente se abraçava,
A vida se contava num ritmo diferente.
Sou do tempo que o relógio pontuava
Que o pulsar do dia, era a gente fazia.
O correr das horas a ninguém estressava,
O tempo marcava o compasso do dia
Quando a fábrica pontuando, apitava.
E o badalar do sino era pura poesia.