Foi quando deitou-se para descansar
Foi quando deitou-se para descansar,
mas parar enxerga suas malignas feras...
D'um tempo de artísticas nubladas férias,
tempo escurecendo a mente, à pesar;
os minutos correm lento, à passar.
Dias como destaque dores de cabeça,
dor dentro da mente como uma doença;
procura escutar a orquestra do silêncio,
preso no presente ao pensamento imenso,
até que um dos orgãos a mancha apodreça.
Como pesadelo mais um dia qual vivo,
à se dominar porém já tem falhado,
corpo falecendo por ser esmagado.
Anda nas calçadas de jeito furtivo,
talvez procurando só tolo motivo,
para qualquer mórbido canto gelado.
O copo de vinho no chão derramado,
procuras ali ficar interno calmo
e da podridão; um condenado alvo:
sobre vazias sombras mais um derrotado.
O cheiro de sangue, na camisa seco;
era mês de julho, sem viver direito;
ano dezenove, ansioso no peito.
Como perseguido sem saída ao beco,
correndo com medo, madrugada cedo;
até que gelado penoso se encolhas.
Negra escuridão qu'o vento trazes folhas;
sente-se melhor, apagado está... tudo.
Como fosse morto vivo no resumo,
pelas pessimistas e fúteis escolhas.
Escondidas lágrimas molham o rosto,
todos os sentidos para o estado líquido
trazendo um momento solitário tímido.
Amargor na língua acalma seu desgosto,
minutos e horas ficando indisposto,
de férias ou ideias que qual carregando
e o restante segue indo lhe enrugando.
Dias de escuras trevas nada queria ser,
pensativo interno sem do fora ver...
de sílaba em sílaba segue pingando.
Por entre ruas cinzas da ativa cidade
apenas as sombras és e nada mais,
afundando nestes sombrios lamaçais;
tenta procurar alguma claridade.
Sempre um desafio manter a sanidade,
à todo dia como um natural estudo.
E queres um brilho no meio deste escuro;
e queres correr sem sentir dor no vidro;
quebrando mais uma garrafa de vinho,
sem mais se importar com todo seu futuro...