NO BRANCO DA PAREDE
Amanhã sentirei falta da fração no corpo
que ontem deixei para lembrar depois.
O dia é todo presente apoiado e corrente
nos trilhos do futuro construídos no passado.
A teia das lembranças continua armada
esperando passar o vento daqueles dias
na tentativa de ter agora um pouco mais
do que não foi possível comigo seguir.
São fotografias coloridas emolduradas
numa noite dormida de olhos abertos
com a cabeça deitada, sem intenção,
num confortável travesseiro de pedras.