ECOS DE NOSTALGIA
Pelos cômodos da vida, meus olhos traçam histórias,
Casa ecoando acordes, violão desafinado em memórias.
Sapatos pisam trilhas, janela onde o sol repousa,
Sombras dançam lembranças, almas que a vida recusa.
Em álbuns de instantes, rostos que se dissiparam,
Atravessei memórias, em corredores que se alongaram.
Fotos, moda antiga, cortes de cabelo ao vento,
Nostalgia em cada imagem, um tempo que agora invento.
O passado, acinzentado como um filme em pausa,
Olhares que se perderam, em reticências da perdida causa.
Em copos vazios, ecoam risos e segredos,
Bebidas que se foram, como o tempo entre meus dedos.
Entre gravatas odiadas, um nó que a vida fez,
Recordações desbotadas, o presente que se desfez.
Mas no eco do violão, na janela e no olhar,
Nostalgia se entrelaça, como a brisa a suspirar.
Tião Neiva