Lembranças tristes
A casa às escuras
Quarto
Sala
Cozinha
Banheiro
A luz era de velas
Dquela amarela
Lembrei da infância
Cheia de esperança
Sempre à espera
Aquela
Que tudo alcança
A velha irmã
Sem forças
Olhei em volta
Os gatos na mesa
O ralo café
Um gole tomei
Sem desfeita
Muita gente falta
A parentela
Que estão nas fotos
Das paredes
Em preto e branco
O caixão carregando o ar
De algo difícil de poetisar
É a partida
Essa da qual ninguém volta
Pra contar se é bom ou ruim
E pra qual quase ninguém compra
O bilhete de viagem
Nem quer de graça
Então é assim
Tudo vai se acabando
A velha casa
Os velhos donos
Os jovens
Ficam os ferros
Enferrujando
Os cupins comendo
Aquele mundo
De tantos apegos