Visão noturna
A natureza dorme a noite vela
Garantindo ao que existe
A solidão essencial
Eis a inferência da janela.
A grande árvore frondosa
Em sua santa soledade
A noite vela-lhe o sono
Sem voz humana ruidosa.
No céu os astros rutilantes
Que dão suporte a serventia
Ante o silêncio e a soledade
Que ora se vê e nunca antes.
Porque o tempo no seu rosto
Nos seus olhos fez-se outro
Embora seja o mesmo homem
Caiu um fruto e é doce o gosto.
O prédio alto de Ciências
Dorme tranquilo e recarrega
O seu vigor para segunda
Que abrigue múltiplas carências.
A luz é a ânsia do discente
A sua demanda e salvação
No prédio alto de Ciências
A alma do eterno onisciente.
Que nada surge de repente
Na visão que aponta outono
Tudo transcende e o poema
Extrai da noite a paz silente.