A confissão de Leontina (monólogo Irene Visitação)
No palco estava ela,
nua na alma, e despida em suas intimidades vivenciada, nos tempos do passado, sofrida na pele durante longos anos,
confessando suas dores, suas labutas, e até seus amores, sei lá, como pode, será verdade tantos casos e acasos juntos, numa constate luta pela dignidade,
uma boca confessando seus amores, num único sentido, num único momento, como um fulgaz sonho sem fim, até parecia um pesadelo, mas nada disso alterou seus sentimentos nem seu pensar, ela já sabia, era evidente que a luta pela dignidade, precisaria romper barreiras, atravessar fronteiras, quebrar paradigmas,
Leontina foi como diversos sonhos, uma mulher de fibra, que em alguns momentos chorava, derramava lágrimas, as vezes escondida, as vezes em algum ombro alheio, e talvez, no cantino de seu pequeno cômodo, algumas vezes foi atormentada, se viu em situação até de certa forma; constrangedora, porque não queria entristecer ou ser repreendida, por alguém sem alma, ou sem coração.
Em momentos se tornou forte, mesmo sendo fraca, e essa atitude o levava a proseguir, a enfrentar o inimigo, o invasor; em outros era fraca, mesmo sendo forte, quando era acometida de dúvidas, dor e sofrimentos
Havia nela uma bacia cheia de virtudes, e atitudes monólogas, que nem ela mesma sabia, se no proseguir, a sua alma teria paz!
parecia uma fortaleza, destemida, guerreira; no momento de aflição, conheceu homens que os menosprezaram, que os humilharam, mas como se libertar dessas investidas? Se questionava; séria seu destino apenas viver pela metade, e sofrer por inteiro?
assistinda; foi aplaudida, por mãos calejadas,
mirada como espelho refletida em cada uma.
como se ser feliz, fosse algo impossível, para uma simples Mulher.