O CONDUTOR
Um dia te vi rosto cansado,
Depois de um passeio entre as falésias
Eu não estava lá.Mas acho que caminhei
Beirando os abismos de rochas
Sentindo o vento frio bater na face
E a maresia queimar a pele
Perto, havia vozes infantis
Animadas com o passeio – aventura
Ouvi aquelas vozes como chilrear de pássaros livres
Eras o guia, o condutor,
E em meio à bela e fria paisagem
O som das ondas que se despedaçavam nas pedras
Fazia pensar sobre a força do mar
Quase um pastor, teu instinto paterno,
Não te descuidavas das crianças
Mas teu espírito viajava.
Desse passeio estafante
A mim chegou um rosto
Lindo e cansado
Talvez seja a imagem mais bela
Que eu tive de ti
Além daquela de aconchegar nos braços
Um anjo que dormia também de cansaço.
Não dá para explicar a emoção que me invade
Quando pouso os olhos em ti
Queria sentir algo diferente
Que não fosse amor somente