VELHA INFÂNCIA

Às vezes olho para trás

Procurando minha infância

Aí deparo-me com a distância

De uma época fulgaz

Que já não existe mais

E que o tempo não apaga

Nostalgia em hora vaga

Resquícios significantes

Foram tempos tão marcantes

Que minha mente afaga.

Da infância ficou a magia

Dos pés descalços na lama

Da voz de uma mãe que clama

Pedindo à Virgem Maria

A paz e a sabedoria

E grandes ensinamentos

Sem lhe faltar argumentos

Que lhe impedissem de orar

Pedindo pra não faltar

À sua família, alimentos.

Também ficou da infância

As aventuras, os medos

Passeios entre os rochedos

As flores e suas fragrâncias

Pois em qualquer circunstância

Não faltava persistência

Melhor época da existência

Respeito e boas risadas

À tardinha nas calçadas

Brincadeiras em abundância.