Antigamente era assim

Tempo antigo, coisa boa, quando nos vem na lembrança

Lá nos tempos de criança, das coisas que se fazia

Sempre, em nosso dia a dia, mesmo com obrigações

Sempre tínhamos razões prá vida ter alegria.

Todo mundo trabalhava desde os tempos de pequenos

Os dias sempre eram plenos de coisas para fazer

E desde o amanhecer todos tinham seus labores

De filhos a progenitores, cada um com seu dever.

Tudo com simplicidade coisas boas com pureza

Providas da natureza, sem venenos, sem frescuras

Comidas, só coisas puras, que em casa se produzia

Tiradas sempre no dia, sem estragos, sem mistura.

Pro desjejum sempre tinha o leite tirado cedo

Que embaixo do arvoredo, a vaca era ordenhada

Mandioca ou batata assada, bolo frito ou guerrudo

De sustância e sobretudo, salutar prá criançada.

Depois de tirar o leite e tomar o chimarrão

Se deixava no galpão no fogo feito de galho

No braseiro do borralho, espigas de milho verde

E água prá matar a sede para a volta do trabalho.

A água pura trazida lá da mata, na vertente

Saciava a sede da gente, num porongo era guardada

Buscavam de madrugada para servir todo dia

E a todos abastecia, servindo toda a morada.

Os tempos foram mudando, alterando os costumes

Se produz outros volumes, o povo foi prá cidade

Buscam nova identidade, novos modelos de vida

As coisas são esquecidas, se criam novas verdades.

As coisas hoje criadas, pergunto, serão verdades?

Eu vejo barbaridades quando converso com os netos

Pois leite é só um objeto, feito no supermercado

E pé de ovo é plantado, por isso me desinquieto.