AMAZÔNIA EQUATORIAL RUMO AO 10° CONGRESSO NACIONAL

Em Bagre, terra querida,

Na nossa famosa ilha;

É que desfruto da vida

Junto com minha família.

Onde temos o açaí,

O peixe, o camarão...

E é tão bom viver ali

Tendo com Deus comunhão.

Nossa igreja, dentre tantas,

Tem pregado o Evangelho

Que em novas pessoas santas

Torna quem foi homem velho.

Cada irmão na sua jornada

Prega e vive a Palavra.

Na sala refrigerada

Ou na terra que se lavra.

É assim que a gente vive,

Como Igreja de Cristo.

E eu creio que, inclusive,

Todos aqui vivem isto.

Neste ano de Congresso,

O Senhor me concedeu

Muito do que a Ele peço,

Porém, nem tudo me deu.

Mas, dentre os bens concedidos,

Quero aqui compartilhar,

Atendeu um dos pedidos

Que a vocês quero contar.

Começou pelo desejo

Ardente de estar aqui.

Vim e, por tudo o que vejo,

De nada me arrependi.

Tão logo que anunciaram

A ocorrência deste evento,

Sei que muitos desejaram

Estar aqui, mas foi ao vento.

Ao meu Senhor eu pedi

Que me desse condição

Pra poder estar aqui

Nesta santa comunhão

De homens aicebianos,

Servos de grande valor

Que têm sonhos, que têm planos,

Mas que esperam no Senhor.

E, como já disse antes,

O Senhor me permitiu

Ver, rever irmãos distantes

Aos quais Deus também ouviu.

E hoje estamos reunidos

No Congresso Nacional

E fomos bem recebidos

Neste evento especial.

Mas quero contar agora

Como foi nossa viagem,

Desde que chegou a hora

De arrumamos a bagagem.

Quem ia se organizando,

Logo uma foto postava,

O que ia incentivando

A quem pronto não estava.

Terça-feira me arrumei

E fiquei só esperando.

À noite ainda trabalhei

E dormi quase sonhando.

Eram cinco da matina

Quando o celular tocou.

E, como quase é rotina,

Do sono me despertou.

Levantei da minha cama

E um bom banho tomei.

Despedi quem mais me ama

E para o porto rumei.

Às seis embarquei na lancha

E pra Breves viajei.

O céu, sem nenhuma mancha,

Da janela apreciei.

O sol, todo radiante,

Juntou-se àquela paisagem

E foi meu acompanhante

Por quase toda a viagem.

Bagre, Ioiás e rio Pará,

A boca do Buiuçu,

Do outro lado o Guajará.

E, enfim, o Parauaú.

Cheguei a Breves às sete,

E o Elias me recebeu.

Um gesto que se repete,

Outras vezes já ocorrceu.

Aí, já não mais sozinho,

Éramos bem mais irmãos.

De repente, um cafezinho,

Muitos apertos de mãos.

Ao meio dia o almoço,

Com capricho preparado,

Que, sem nenhum alvoroço,

Foi por nós apreciado.

Depois, uma boa sesta,

O descanso pra enfrentar

A viagem que congesta

Iríamos realizar.

Depois, fomos para o porto

E embarcamos todos nós.

Não tinha muito conforto,

Mas não estávamos sós.

Às quatro horas da tarde,

A gente Breves deixou.

Lá nessa hora se arde,

Mas, na viagem, refrescou.

E, pelo Parauaú,

A gente o rio baixou.

E, depois do Buiuçu

O rio Pará se mostrou.

Vieram as ilhas das araras,

Praia grande e itaucu,

E, depois de muitas varas,

A boca do Araticu.

Do outro lado, o Piriá,

Logo depois, Curralinho

Frente a Oeiras do Pará,

Os dois convivem pertinho.

Depois do rio Cupijó,

Do outro lado Boa Vista.

Noite escura e um toró,

Nada mais à nossa vista.

Jararaca, Furo Grande,

Ponta Negra e o Capim,

Beja e a Vila de Conde,

Vimos Barcarena, enfim.

A Baía do Guajará,

Às seis horas em Belém.

Encostamos no Guamá,

Todo mundo muito bem.

Sete e meia embarcamos

Na nossa outra condução,

Todos nos acomodamos

E deu-se a partida, então.

Ananindeua deixamos,

Marituba e, mais além

De Benevides, passamos

De Santa Isabel também.

Castanhal, Santa Maria

E São Miguel do Guamá,

Irituia, Mãe do Rio

E Aurora do Pará.

A Ipixuna nós chegamos,

Paragominas depois,

Ulianópolis deixamos,

Todos com fome de dois.

Dom Elizeu, às duas e meia,

Paramos pra a refeição,

Itinga do Pará, e creia,

Itinga do Maranhão.

Açailândia e, em seguida,

Finalmente, Imperatriz.

Viagem quase cumprida,

E todo mundo feliz.

De lá pra Ribeirãozinho

Já em meio à escuridão,

Parte do nosso caminho

Foi uma estrada de chão.

Às sete horas chegamos

Da noite ao sítio Betel.

E, de cara, nós notamos

Que coisa estava cruel.

Alojamentos lotados

De homens aicebianos

Vindo de todos os lados

Dos rurais e dos urbanos

E, por conta disso tudo,

Houve um certo embaraço.

Prevaleceu, sobretudo,

Entre nós um grande abraço.

E, assim, nos alojamos

Entre irmãos de outros lugares

Sem reclamar, pois estamos

Bem longe dos nossos lares.

Quinhentos e trinta e um

Homens estamos aqui.

E eu creio que nenhum

Deseja sair daqui.

As vinte horas da quinta

O culto iniciou,

Com uma oração distinta

E depois continuou

Com o Hino Nacional

E palavras dos pastores

Louvor congregacional

E, além disso, dos cantores,

O Hino do Departamento

Com o cantor Juca Medalha

E, para o nosso sustento,

A Palavra que não falha.

O pastor Frack Sobral

Nos falou com precisão

Do nosso tema central,

Duma subdivisão.

Sobre o Despertar do Homem

Pra a Bíblica Vocação,

Que o seu mandato retome

Referente à criação.

E, assim, depois mensagem

E de uma linda oração,

Bem cansados da viagem,

Mas certos da vocação,

Revimos alguns queridos

Dos tempos bem mais antigos,

E outros, desconhecidos,

Que se tornarão amigos.

E assim a nossa viagem

De vinda termina, então.

"Despertemos, com coragem,

De Deus, nossa vocação!"

Ezequias Moreira, de Bagre (PA), 5/6, a Governador Edison Lobão, (MA), 8/6/2023