REFERÊNCIAS

Ainda criança me ensinaram,

que juntar as mãos é convite,

a Deus para uma boa conversa...

Nunca imaginei Ele tão longe,

num céu que não cabe defeitos,

mas, lembro que também quis ser homem,

esse Deus que habita em meu peito.

Me curvo diante da Sua grandeza,

reconheço no humilde, Sua divindade,

esse Deus que é tão simples, que é gente,

que nos quer feliz de verdade.

Sentia ciúmes do Marcelino*,

com quem o próprio Cristo falava,

ficava ali rezando, me entediava,

com o silêncio que me oferecia.

Às vezes eu não entendia,

que Ele pouco se "intromete",

nos permite construir a história,

e assim a vida acontece...

Foi nesse silêncio aqui dentro,

onde mais falou comigo,

esse Deus, bondoso, infinito,

que numa cruz se doou...

Então lembrei da nossa velha rua,

das crianças pobres da vizinhança,

e me parece vir a lembrança,

que Ele brincava no meio de nós.

*Marcelino (personagem principal do filme "Marcelino pão e vinho" de José María Sánchez Silva - 1955).

ANDRÉ L C MELO
Enviado por ANDRÉ L C MELO em 21/06/2023
Reeditado em 21/06/2023
Código do texto: T7819232
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