BONITA
Acabado o expediente,
eu pegava meus livros
e ia de ônibus até a
faculdade. Lá chegava,
sentava -me ao lado de
colegas. O professor
chegava e nós filosofávamos
e ele nos corrigia os
pensamentos. O outro
mestre angustiado
dizia que a crise era
mundial. No intervalo
eu escrevia um conto
e o exibia à menina
sentada ao meu lado.
Ela dizia se tinha gostado
e, às vezes, eu mudava
uma ou outra palavra
para ver se ela se agradava.
Indo à casa dela, o pai
que ela tinha dizia-nos
que não havia mais
homens cavalheiros e ela
sussurrava: - Este é o velho!
Ela sussurrava isto porque
estava começando a
se apaixonar por mim.
E, o que deu? Em nada,
ficamos no coleguismo,
e até que eu disse adeus
a ela. Pensando: era bonita.