O POETA POBRE
Sendo pobre me meti
a trabalhar. Ia de manhã
para o escritório como
aquele menino que
levava as notícias até
os jornais. A jornalista
do escritório gostava
antes de conversar
comigo. Conversa de
como eu ia na escola.
E isso me inspirou
e eu fundei um
jornalzinho mimeografado
que se intitulava de
TRANSEUNTE. E anos
depois, contei a um
ex-colega de trabalho
e de estudos essa
façanha. Ele me disse:
- Foi bom saber
como funciona sua
criatividade. Eu achei
ótimo, e pensei que
talvez ele passasse
adiante aquela conversa,
porque assim teríamos
mais gente criando.
Um poeta pobre
de dinheiro, mas
rico de alma dando
um passo daquele
tamanho, acabaria
com essa coisa
de que só são
gênios os que
enriquecem materialmente
fazendo versos.
E aqui e agora repito
aquela façanha:
sejam criativos.