SAUDADE DO MATEIRO
Já fui um caboclo mateiro,
quando morava em chão mineiro,
mas hoje, não sou nada mais.
Nesse escritório, vivo atolado,
sou um caboclo engravatado,
bem distante, de Minas Gerais.
Escrever, sei que não adianta,
sobre o nó, que tenho na garganta,
aqui, sou um caboclo sem paz.
Se por um lado, ganho muito dinheiro,
eu sei, nunca me sentí por inteiro,
como um dia, quando era um capataz.
Ainda por quanto tempo não sei,
tambem se para lá um dia voltarei,
pois já está acabando o meu gaz.
Aqui, nesse meu ritmo alucinante,
tudo, pode findar num instante,
mas para mim, isso já tanto faz.
Vivo recordando minha juventude,
já que retornar nunca mais pude,
hoje, sou um caboclo da cidade.
Com o tempo, tão rápido passando,
estarei sempre aqui recordando,
daquele mateiro, hoje só a saudade.