Infantil
No caminhão pego rabeira
Na rabiola a apara é certeira
No rolemã enfrento a ladeira
No bolis ao meu box, a derradeira
Na bicicleta, outro tombo, maior berradeira
No jogo de luta, fatality, ganhei na rasteira
No bafo, figurinhas aos montes, palmada guerreira
Minha eterna infância é de risos, amigos, e muita besteira
Na academia, só papo furado, o tempo todo na esteira
Hoje pra gasolina não tenho dinheiro, perdi a carteira
No truco peço 9, é blefe, é treta, talvez quebradeira
No bar, cervejas, porções, apostas, e mais saideira
A rotina é pesada, e por isso mesmo não dou bobeira.
A vida de adulto, continuo levando assim, na brincadeira
Com olhos fundos, de noites viradas rindo, feito caveira.
E há quem diga que não sou responsável, fala sério, quanta asneira.
Em meu teto de vidro não chove, mas com tantas pedras, já tem goteira.