Infantil

No caminhão pego rabeira

Na rabiola a apara é certeira

No rolemã enfrento a ladeira

No bolis ao meu box, a derradeira

Na bicicleta, outro tombo, maior berradeira

No jogo de luta, fatality, ganhei na rasteira

No bafo, figurinhas aos montes, palmada guerreira

Minha eterna infância é de risos, amigos, e muita besteira

Na academia, só papo furado, o tempo todo na esteira

Hoje pra gasolina não tenho dinheiro, perdi a carteira

No truco peço 9, é blefe, é treta, talvez quebradeira

No bar, cervejas, porções, apostas, e mais saideira

A rotina é pesada, e por isso mesmo não dou bobeira.

A vida de adulto, continuo levando assim, na brincadeira

Com olhos fundos, de noites viradas rindo, feito caveira.

E há quem diga que não sou responsável, fala sério, quanta asneira.

Em meu teto de vidro não chove, mas com tantas pedras, já tem goteira.

Flavio Marcondes
Enviado por Flavio Marcondes em 17/04/2023
Reeditado em 17/04/2023
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