SEREIA

Nessa praia que hoje venho pra chorar

Não mais vejo seus indícios demarcar

Foi-se embora como areia pelos dedos

Não mais conto suas pegadas, seus rastejos.

Nesta areia onde ando, incessante em procurar

Tem crianças, tem mulheres, mas nunca seu olhar

Vê-se imagens que não fazem empolgar

Morre um dia sem sua voz poder velar

Nessas águas que balançam devagar

Tua ausência desespera meu viver

Choro e grito pra você me escutar

Me enfraqueço, para assim não me temer

Caranguejos e tatuís a me fitar

Gaivotas e demais a gargalhar

Todos sabiam o porquê de tudo isso

A Sereia havia ali, lançado seu feitiço

Philipp Ricardo
Enviado por Philipp Ricardo em 13/12/2007
Reeditado em 26/07/2008
Código do texto: T776297
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