A fonte do amor

Por lá, foram vividos sonhos de verão

e frequentado por borboletas azuis,

onde corria uma doce fonte cristalina,

caminhando silente e vagarosa.

Foi lá onde construímos nossa ilusão,

como se fora um castelo solidão,

onde os pássaros estendem suas asas

cantando à luz do sol tornando tudo belo.

As folhas verdes farfalhavam ao vento

ondulando como as ondas do oceano

anunciando a chegada dos espíritos

e logo iam se distanciando.

Foi um dia à margem desta fonte

onde nos sentamos a apreciar a vida bela

que com ela construí meus sonhos.

Mas isso ocorreu em outros tempos.

Se alguém passasse por ali ia perceber

por entre um sonho que se revelava

um grande castelo ao soberano desejo

com torres elevadas sobre as nuvens

janelas iluminadas pelo amor

e no trono, minha deusa imortal

e um único servo a servi-la

sem servir-se antes dela.

Um dia, um vento desafortunado,

apressado do céu desceu, desceu...

e como um anjo mau caiu sobre ela,

alma minha, minha doce vida,

que ao céu foi chamada e eu na terra

fiquei a dor chorando por minha amada

a quem jurei eternamente segui-la,

sem mim, Deus resolveu arrebatá-la.

Hoje, ao lado do meu sonho acastelado

ergue-se triste e solitário um epitáfio,

guardado por um querubim e sua flauta

silenciosa, como se eterna noite fosse chegada

e quando lá retorno sem entender nada,

verto lágrimas, alimento a fonte

revivendo nela o sonho bom,

de uma história de amor amortalhada.

JarbasTaboza
Enviado por JarbasTaboza em 13/04/2023
Código do texto: T7762777
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