Laranjal do Jari-AP

4 de Março, manhã de Terça Feira

Bar do extra e bar dos viajantes

Sem suas damas e sem visitantes

Laranjal do Jari, Malvinas, beira

Na margem do rio, a TransAmapá

Sem as mil bicicletas de outros instantes

Foi-se Agro Minas, e da Marquesa os trabalhadores restantes

Hoje é melancólica a travessia para o Pará

No Xirizal, a dama da noite ainda resiste

Para os donos de bar, as Malvinas era o paraíso

Hoje em cada ponto, vende-se, é o único aviso

Mas, o reggae do maranhense na vagalume persiste

Maconha, Nazareno e Sururu ainda pedem um cigarro

Para curtir o barato da nostalgia

Mãos e dedos mutilados, tempo que a peixeira comia

Barbudo, Agenor e Maria Senhora quem tirava sarro?

A ida e vinda da nova juventude na mudança da economia

A morte da Jari Celulose, não era de se imagina

Quem diria, gente do Monte Dourado vim aqui habitar

-Não vai vingar, falavam quando o Agreste nascia

Hoje apenas se ouve falar no tempo da fartura

Dinheiro no saco, bandeco sobrando na Cadam

Cabaré, farra e ouro, boca rica não pensou no amanhã

Riacho Doce, Ponta da Ilha são a mesma pintura

O tempo, a água e o fogo, faz a história ir se esvaindo

Porém, Laranjal tem vida e continua pulsando

Mesmo sem a Jari, o comércio vai se salvando

E seus moradores tecendo histórias indo e vindo