O Rio Cachoeira -- Itabuna-Ba

Do recôndito da minha mente

vislumbro o rio Cachoeira.

Esse rio

que dorme silencioso

em seu leito bravio

que nasce na "Serra de Ouricana,

na cidade de Itororó,

com o nome de Rio Colônia,

passa pelas cidades

de Firmino Alves, Itaju do Colônia,

Floresta Azul e Ibicarai",

guarda na memória

histórias de priscas eras ,

e no serpentear

de caudelosas

águas a correrem vadias

pela Ilha do Jegue,

ou margearem o Bananeira,

e na revolução

das baronesas

que vão sendo levadas

pela correnteza, e penetrando vão

rio abaixo, rio acima , na vazão

das enchentes que dominam

e amedrontam a cidade grapiuna,

gerando dor,

aflição e calamidades --

ora o rio

em seu leito vazio,

ora as enchentes

a inudarem a cidade

testemunha muda

das cabulosas histórias

dos desbravadores,

de tropas e tropeiros,

dos meeiros

e coronéis do cacau,

nos anos áureos

da Região Cacaueira

em ebulição,

um eldourado,

e o contraste entre

tanto esplendor

e as mazelas:

As mortes de encomenda

sob a mira certeira

dos contratados

para o serviço

de emboscadas ( tocaias),

o sangue irrigando a terra,

por testemunha,

as águas que correm mansamente

ou atropelando tudo à frente,

rolando qual lágrima vertida

dos olhos do Rio Cachoeira,

a gemer de dor, prantear

o sangue derramado

dos que deram

a vida para a fundação

de Tabocas ( Itabuna).