Eu moro num morro.
Eu nasci lá onde morro é ladeira,
descia e o subia serelepe e ligeiro.
Pensava que não havia fronteira,
mas o tempo me fez ser matreiro.
Ciente que o morro não envelhece,
encurtei os passos com sabedoria,
cada dia mais lento sem estresse,
vou lento na subida dia após dia.
Ah, morro de rir das lembranças,
das moças de saltos nas ladeiras,
requebrando estranho nas ancas,
no desnível de pedras traiçoeiras.
Hoje tem o morro só na memória,
as pedras se vestiram de asfalto,
que cobriu da vila nossa história.
Mas o cruzeiro está lá bem alto.
Toninho