COMO ERA BOA A VIDA!
Não tinha nem comparação,
Vida boa era a de criança,
Sem dinheiro e nem preocupação,
Nenhum amor para atazanar.
Brincadeira de carrinho,
No quintal lá de casa.
Juntava toda molecada
Para subir em árvores.
Soltar pipa era curtição,
Vinha o vento, ai que bom!
A meninada na calçada,
Com medo das pipas do morrão.
Jogar bola era um barato,
Golzinho de chinelo surrado,
Todo mundo descalço,
Quanta unha e dedos quebrados!
Era tudo alegria,
Não tinha tempo ruim.
Bom era quando chovia
Para escorregar no barranco.
Coitada daquela dona
Cuja casa tinha carambola,
A molecada pulava o muro
Ela corria a gritar "vai embora".
E no pique-esconde, o primeiro beijo,
Escondido no galinheiro,
Beijo bom, que despertou outros desejos,
Esse é assunto para um poema inteiro...