Faz-de-conta

Faz-de-conta

que a noite negra

vestida de azul

abre-se

como um leque de luz

- purpurinas de sonhos -

e traz a dança

da bela Carmem Miranda

(com frutas na cabeça).

Faz-de-conta

que a vida não cessa nunca.

Os mitos não morrem jamais.

Os ritos prevalecem.

A música.

A arte.

A morte.

Ídolos são eternos.

Marilyn Monroe não morreu

(foi eternizada pelas lentes de Bert Stern).

Elvis ainda vive

(no coração de tantas mulheres).

Faz-de-conta

que Paul McCartney

não passou de uma farsa.

Faz-de-conta.

E o universo será perfeito

se acreditarmos em pequenas mentiras.

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 05/12/2007
Reeditado em 06/12/2007
Código do texto: T766356
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