Faz-de-conta
Faz-de-conta
que a noite negra
vestida de azul
abre-se
como um leque de luz
- purpurinas de sonhos -
e traz a dança
da bela Carmem Miranda
(com frutas na cabeça).
Faz-de-conta
que a vida não cessa nunca.
Os mitos não morrem jamais.
Os ritos prevalecem.
A música.
A arte.
A morte.
Ídolos são eternos.
Marilyn Monroe não morreu
(foi eternizada pelas lentes de Bert Stern).
Elvis ainda vive
(no coração de tantas mulheres).
Faz-de-conta
que Paul McCartney
não passou de uma farsa.
Faz-de-conta.
E o universo será perfeito
se acreditarmos em pequenas mentiras.