Vinho,
Doce vinho,
Na boca o sabor,
Na garganta o odor,
A pureza da inocência,
Que vem na névoa dos pensamentos,
Nos sonhos distantes,
Vê-se com uma amante.

Que balança seu corpo,
Em um cantarolar sem falsetes,
Num tilintar de copos,
Onde o momento insondável,
É mais que uma espera sem brilho,
É mais que um distante sorriso,
É um mar de arrepios.

Onde a sede de um ventre,
Âmago das dores,
Desfaz-se nos sabores,
Do que desce no esôfago,
Destilado no estômago,
Nos poros é breve,
Mas não desfaz o momento,
Da fadiga ao êxtase,
De um amor em pensamento.