INFÂNCIA

 

Cresci em quintais amplos em verdes campos,

curtindo a chuva e brincando na lama.

À noite, amava ver os pirilampos.

Sentimentos, tal bailado inflama.

 

Numa bela tarde, enquanto brincávamos,

Caiu, em um campo próximo,

um enorme balão que, logo, pegou fogo,

causando-nos, por algum tempo, pânico.

 

Após, o barulho da queda passar

e nossos corações se acalmarem;

no céu, apareceram pássaros cantando,

o que resgatou a beleza da infância.

 

Entre canteiros de flores, corríamos alegres.

Nas mãos, alguns traziam balões coloridos;

outros despetalavam margaridas e girassóis,

que jogavam para o alto saudando a vida.

 

O balão, que viramos antes cair,

lembrou-me de desenhos animados,

parecia um dragão cuspindo chamas,

o qual sempre nos despertou medo.

 

No local, além de muitas flores,

tinha animais e árvores com frutas.

Comemos laranjas colhidas dos pés,

que os lavamos numa fonte natural.

 

Tudo era descontração, folia e alegria.

Houve muita gritaria, na hora do lanche,

quando alguém sugeriu que, no final,

tomássemos banho de lama no açude.

 

A sugestão foi aceita por todos.

A lama era escura

como um eclipse lunar.

A brincadeira foi agradável!

 

Enquanto nos deliciávamos com o banho,

a chuva começou a cair,

o que tornou o nosso momento

mais especial e divertido.