Quando pensei que não pudesse mais
Quando o sol em mim não existira
Amanheci escuro, triste, incapaz
de reflorir meu sonho, não fluíra
De pouco em pouco, o pranto fez-se vergel
E um novo recomeço: o sol voltou a nascer
Quando a sombra se desfaz no clarão do céu
Em meu peito esquerdo algo voltou a bater
E o tempo, como sempre, o curador
Aquela dor apunhalada dentro do peito
Que se pensara do apego engano amor
Do desbrotar de se querer o bem afeito
E o tempo: com sua corrente terapêutica
Um turbilhão de tempestade inesgotável
De imergir em profusões da Hermenêutica
E se dizer de ensinamento inconstestável
(GONDIM, Kélisson. Ensinamento incontestável. GONDIM, Kélisson (Org.).
In: Vozes Perdidas no Tempo. Brodowski: Palavra é arte, 2020, p. 155. ESCRITO EM 2011).