Cheiro de café

Das muitas coisas do meu tempo de criança ainda guardo na lembrança.

E eu lembro muito bem.

Eu ainda era um menino.

Não tinha dez anos de idade.

Morava um pouco distante do centro.

A cidade era bem pequena.

A energia elétrica estava chegando. Nossa casa era bem simples.

Ainda não tinha gás encanado em minha casa.

Na cozinha um grande fogão a lenha.

Era comum logo cedo escutar meu pai rachando lenha.

Aquilo era como se fosse um despertador o som do machado batendo sobre o tronco de lenha.

A lenha rachada era o combustivel para abastecer o fogão.

Quando o tronco de lenha estava seco logo era rachado e levado para o fogão.

Aceso e já em brasa, agora era a hora de ferver água em um grande bule.

O coador feito de uma flanela branca com uma argola de arame grosso.

Ali era colocado várias colheres de um café moido na hora.

Ainda dá para sentir o aroma...

E eu ouvia a minha mãe me chamando.

Hora de levantar tomar o café e ir para escola.

Pronto, mãe, já lavei o rosto, tomei o café, posso ir para a escola?

E foi assim por vários anos...

Minha infância querida com cheiro de café que os anos não trazem de volta nunca mais!

Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 23/05/2022
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