TEMPO DE MENIMA
Meu amor chorou por dentro e por fora,
Como se cortasse uma raiz, um louvor,
Um canto ou um lamento,
Como se o céu escurecessem o dia
Sem a existência do vento.
Aprisionou a tristeza que acompanhava
Por longas horas,
Esqueceu-se da beleza e queria
Ir embora.
Os cabelos cobriam os olhos e as mãos
Declaravam inocentes,
Suspirou um pouco leve, abraçou
A cintura e chorou novamente.
Da sua boca as palavras saíam
Abafadas,
Os soluços balançavam o corpo ainda
Trêmula,
Passou a contar o tempo parecia
Uma novena,
Não era coisa de romance mas precisou
Entrar em cena!
Lutou consigo mesmo como se
Fosse uma borboleta saindo do casulo,
Os cacos dos sentimentos não lhes
Causaram nenhumas surpresas,
Como se esperasse que a coroa
Voltasse a realeza!
Casou-se a alma com seu espírito,
Levantou os olhos e engoliu o grito,
Deu de cara com a sua própria estima,
Acabou-se tão cedo seu tempo
De menina!