Caminhos e lembranças
Esses caminhos entre minha infância e a velhice.
Deixou-me fragmentos nas lembranças de outrora,
nessas estradas de lutas, persistências e denodo.
Muitas aventuras nessa andança, nesses reencontros.
Foram tantas emoções, tantos amores, tantas primaveras!
Recordo-me do meu primeiro beijo, já longínquo, tão borrado,
das intemperanças nessas conquistas, nesses afagos a esmo,
dos momentos de embriaguez por esse vinho e seus beijos.
Sempre esse caminhar por estradas tortuosas, sem destino,
muitos amigos, muitos desamores, muitas paixões...
Entre lembranças meu andar incerto encontrou um porto!
Outros portos vieram e se foram tantos sonhos, tantos sentimentos.
Agora, no limiar da minha vida, tantas devaneios,
tantas estradas percorridas, tantos arrependimentos,
tornaram-se nostálgico nessa casa, entre livros, sem alarde.
Abstratas manhãs alimentam minhas carências, nessa contemplação.
Finda os tempos, engendrando tantas ironias impertinentes!
Já ficou tarde para aventuras, para loucuras, nessas marcas, nessas rugas.
Fundamental é perceber essa monotonia. Entender o tempo que passou!
Navegar novos mares, entre calmaria, entre penumbras sempre.
Nesse caminho, percorri pradarias, campos e êxtase.
Me perdi entre promessas, renúncias, rancores e remansos!
Imprescindível esse caminhar, sem medo, entre sonhos,
nesses sentimentos me consumindo, entre lembranças...