A CAPELA LÁ NO ALTO DA COLINA.

Lá no alto da colina

Eu avistava uma linda capela

Tão singela

Essa imagem da minha infância

Me acompanha até hoje

Como um símbolo de transformação.

Rodeada pela natureza

Quanta paz!

Com uma auréola suave

Um silêncio!

O ar tão puro

Só ouvia o barulho dos ventos.

Não tinha missas

Nem o badalar dos sinos

Mas era um lugar místico

Havia sim

Uma representação do Divino

Seria uma imagem arquetípica?

Como quero voltar no tempo

E reconstruir a minha capela

As lembranças voltam

Mas as imagens estão soltas

Se fragmentam

São sensações subliminares.

Teria sido apenas miragens

Ou devaneios

Ou ilusões

Criações do meu mundo infantil

E agora, o despertar de um sonho?

Toda infância é regada a fantasias

Mas a capela como um símbolo de proteção

De paz, de aconchego

Continua muito viva dentro de mim

Desde a minha tenra infância!.

"A minha Capela não foi personificada, porém ela foi simbolizada no meu inconsciente.

Passei a minha infância em um sítio, não tinha igrejas, mas a minha mãe sempre me dizia que lá no alto da Colina tinha uma Capela.

E eu simbolizei essa bonita imagem desde a minha infância e a carrego sempre comigo.

Depois, quando fui morar na cidade para estudar conheci a Igreja, o Templo, mas o que ficou mesmo nas minhas lembranças é a Capela do meu imaginário!.

Para Jung, a Capela seria um símbolo arquetípico herdado culturalmente.

Para Ele, se perdermos o contato com as raízes do nosso ser podemos desintegrar parte do nosso Self e muitos dos conflitos podem vir a ocorrer quando não harmonizamos o lado consciente e também o inconsciente.

E através da criança podemos integrar esses dois polos.

E a nossa criança é o início da nossa vida em sua plenitude , espontaneidade e toda pureza e ela não deve ser abandonada na vida adulta, para nos completarmos como pessoas verdadeiramente autênticas!.

"Arquétipos são um conjunto de imagens primordiais que se originam na repetição de uma mesma experiência através das gerações.Estes vão se formando e se alojando no inconsciente coletivo".

(Carl Gustav Jung).