Rumores
Abstratamente percebo, nesta manhã,
a aurora coroando esse jardim fictício,
das lembranças dos meus sonhos passados,
espreitando-se, insistentemente, nessa paisagem!
Sublime despertar dos meus sentidos.
Indecifráveis momentos reluzentes,
sem feridas, sem angústias desamparado!
Prumo! Orientado pelas canções dos colibris...
Impregnados momentos nessa incerteza.
Essência primordial, na cumplicidade desse silêncio.
Ecoa, novamente, nesses campos verdes,
sedutoras formas de aprisionamentos, nesses apelos.
Leveza nesses cravos perfumados, desse teu jardim.
Entram pela janela aberta do meu quarto teus segredos,
provocando meus sentidos, nessa brincadeira sensual,
desnudando essa paisagem refletida desse teu corpo.
Fogo arrefecendo docemente esses corpos desnudos.
Descobertas plenas, nessas canções irradiantes.
Sedução contida no abandono a esmo,
dessa clara manhã de doces afagos.
Já não há mais segredos nesses tempos!
Abandono, só abandono, nessa manhã imprecisa,
de quero-quero, beija flores, colibris, neste jardim,
de leveza refletida, nesse jardim dos meus sonhos.
Cerram-se as pálpebras desses olhos mareados!
Sonhos, sem ousadia, é o que fica, nesse abismo.
Nesse plácido encontro, sem planejamento,
nesses rumores, nesse fogo, nessas feridas...
Não vale a pena os gemidos, os encontros,
nesse mar abstrato de incertezas, amiúde,
alçando voo meus pensamentos, em ousadia,
na imprecisão dessa manhã efêmera, me entrego!