Divisor de águas

Quando lembro quantas vezes me perdi

naquelas ruas

quando lembro quantas vezes me pedi

pra não errar

Era um tempo diferente,

daqueles que não saem da mente

tinha um cheiro, tinha um gosto, tinha um som

Onipotente

Meio sol, meio terra, meio mar.

Que energia boa me trouxe!

Outras tantas eu levei

à capital da energia

Amigos, estudos, empatia

Sentimentos que nem sei

transformaram meu destino

nessa humana ecologia.

Até ali eu não sabia

Que a terra da luz seria

Meu divisor de águas

Levar-me a caminhos sem ruas

Traçados por quem?

A cidade que represa águas

Foi a mesma que libertou minha' alma

e dividiu-me em duas:

uma antes, outra além (Poema publicado no livro 1ª Antologia Poética de Paulo Afonso. Org. Antonio Galdino da Silva. Paulo Afonso/BA. Oxente: 2020,pág. 54).