A ferro e fogo
Ah o velho ferro de passar
com brasas do fogão
Passou...
calças de linho,
ternos de casemira
de corte fino,
vestidos , saias
rodados, balãos
plissados , godês
pregueados,
franzidos,
evasês,
em tecido de algodão.
E o tempo passou...
Veio o elétrico,
a todo vapor.
Deus! Salve esta invenção,
dizia minha rainha.
Fã da roupa impecável
Pecado era vesti-la amarrotada
Levava umas boas palmadas
Tirava e passava bem direitinho
Ninguém passaria por mim vergonha
E o velho ferro enferrujado
virou vaso peça de decoração
Cada vez que para ele olho
Senhor, quanta recordação!
Volto nos tempos dourados
Aliso com as brasas do sentimento
Meu amarrotado coração.
Benvinda Palma em 30/01/2022, inspirado e dedicado à querida poeta mineira, Marina Alves .