UMA CENTELHA
Quando há o que me inspira
E quando o desejo te acende
Arde em chamas minha pira
E o fogo ardente te prende
Passando a nos consumir...
Você é o meu combustível
E eu sou o seu comburente
Tornando-se muito possível
Queimar-se o peito da gente
No incêndio que há de vir
Conselho é sermos prudentes
E preservar o bom senso
Mantendo-nos bem distantes
Deste fogo tão intenso
Capaz de ao mundo ruir
Mas, como eu sinto saudades
Do braseiro bem assoprado
E das nossas loucas vontades
Que enterramos no passado
De um brev'e furtivo existir.