Amor ingênuo
Tempos da flor da Resedá
Ai que saudades me dá
Das calçadas da minha infância
Criança adorava brincar
Amarelinha, passa anel
Trinta e um, balança caixão
E uma paixão escondida
Inconfessável, doída
Mas ninguém se incomodava não
nem se falava em erotização
O amor florescia naturalmente
Como a planta da época de Natal
Nas calçadas da rua Espírito Santo
Acreditávamos sim, em Papai Noel
Nas cegonhas voando pelo céu
Juro que vi meu primo Jairinho
Pendurado no bico do passarinho
Depois sorrindo nos braços da tia Alzira
Se havia discos voadores ou meteoros
A gente nem sabia dessas ziquiziras
Mas buscávamos estrelas cadentes,
para fazer os pedidos da gente ...
Era o amor incontido
Flechando nossos ingênuos corações.